domingo, 26 de julho de 2015

O JARDINEIRO, O PEDINTE, O TRANSEUNTE E O FANTASMA
Ao soprar o Espírito Santo na alma dos apóstolos, Jesus Cristo doou-lhes a Sua natureza eterna e a Sua Luz que iluminará o caminho de todos os enviados, pois Ele é. Dessa forma, não havendo mais dúvidas sobre a Sua supremacia sobre o tempo, Aquele que é para sempre, humano e divino, estará com todos os descendentes dos primeiros pais, que são imagem e semelhança do Eterno, ou apenas imagem, quando a semelhança for danificada pelo pecado.
A todos, sem exceção, o Pai espera para o banquete eterno. A decisão, entretanto, é sempre decorrente do livre arbítrio do filho amado, pois Deus é paciente e misericordioso.
Como um bom médico, o Espírito Santo, atende a todos os doentes que necessitam e não recusam a sua intervenção para a cura da doença espiritual decorrente do erro e da desobediência.
Deus cuida de todos os seus amados filhos que, na esperança de viver com Ele no paraíso, sempre, humildemente, pedem sua misericórdia, que nunca é negada àqueles que não recusam a Sua presença.
Deus está sempre no meio de nós a nos redimir das nossas faltas como o jardineiro que a todo tempo cuida de seu jardim, mantendo a beleza de toda a criação. Incansavelmente, o jardineiro nunca interrompe o seu trabalho e a todo momento mantém a harmonia do jardim. A esperança do jardineiro é a energia que faz o jardim refletir a misericórdia do Pai. Todos nós podemos fazer parte do jardim de Deus; a decisão é sempre do homem, pois o jardineiro nunca deixa de trabalhar. Ele está sempre esperando.
Por tanto amar o homem, Deus se submete à humildade extrema de esperar que o homem seja um pedinte de ajuda. Para redimir o orgulho humano o Pai se fez Filho e Espírito Santo e se coloca, em muitas situações humanas como aquele que pede para comer, para beber, ou para apenas receber a atenção de seu irmão, pois esta atenção faz que com todos os pedintes existam. A caridade da atenção humana para com seu igual transforma os humildes em seres vivos e visíveis.
Deus, apesar de toda a Sua potência, pois é criador de tudo que é visível e compreensível, invisível e incompreensível, transita entre nós para nos indicar o caminho seguro e iluminado até a Sua morada eterna. Como transeunte, Ele está sempre no meio de nós e nos fala e indica o caminho seguro e verdadeiro para caminharmos a nossa existência; Ele está sempre junto de nós. Ele nunca se cansa de nos acompanhar no retorno à casa que vive para sempre.
Em muitos momentos de nossa existência Deus se apresenta a nós de diversas formas e em momentos inimagináveis que, quando sentimos Sua presença de amor em nossas almas, humanamente ficamos com medo, pois acreditamos ter visto um fantasma, algo a temer e rejeitar. Mas o Pai, com Sua infindável misericórdia, compreende a nossa insensatez e nos aceita com nosso temor e incredulidade. A Sua eterna misericórdia é fonte de toda a nossa salvação e ela nos redime de todo o medo, de toda a nossa culpa até o momento do último respiro, pois a partir daí tudo estará consumado.

Fr. José Antonio Rocha.

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