O TESOURO
De
todos os homens vivos, desde os tempos não conhecidos, se pode extrair uma
certeza inquestionável, qual seja, a de que todos quiseram ter um tesouro que
fosse tão valioso que pudesse lhes dar poder, prazer e prestígio, neste mundo,
através da imposição do medo.
Mas, o
mais precioso tesouro, qualquer que ele seja, neste mundo, nunca foi capaz de
proporcionar a qualquer ser humano o direito divino de ser livre, porque o medo
de perde-lo o torna escravo do objeto valioso, que submete o homem, outrora
livre, em mero objeto. O homem perde a dignidade de sujeito.
O
tesouro, sem vida, que tanto fascina o homem é mera expectativa de poder e
riqueza, pois nada neste mundo é eterno para o homem que é temporal. Além
disso, para a eternidade somente se leva aquilo que a alma realizou, com as
consequências de cada ato humano praticado.
Não há
tesouro que não se possa subtrair das mãos de qualquer ser humano, exceto o
amor divido e misericordioso de Deus, que é o único tesouro pelo qual o homem
prudente deve almejar. Este imensurável tesouro nunca pode ser subtraído pelo
homem, nem destruído pelo mal.
O amor
divino e misericordioso de Deus é vivo e está sempre presente entre nós e nos
dá segurança, alegria, esperança e fé. Ele é a Luz que nos guia através da via
estreita, que nos ajuda a vencer os obstáculos, que nos dá a direção certa.
É este
tesouro que nos faz compreender, e aceitar, porque é bom, que nesta nossa
caminhada à morada eterna, que a dor e a alegria, o sofrimento e o amor, são
acontecimentos próprios da vida terrena, que nos anima o cotidiano. Neste
cotidiano, com todos os seus acontecimentos, podemos escrever uma página de
amor, da nossa história humana, no livro da eternidade.
Sentir
dor e alegria, sofrimento e amor não são acontecimentos efêmeros que se perdem
ao longo do caminho, mas, ao contrário, são realidades divinas que nos faz
viver a vida intensamente na fé.
É na
Eucaristia que o home vive sua fé intensamente, pois é nela que ele toma
contato com o tesouro de Deus, que é Seu Filho amado Jesus Cristo. É na
Eucaristia que o homem se uni a Cristo, com um coração de fé.
Na Eucaristia,
no contato com o tesouro de Deus, Cristo está vivo e presente entre nós, no
esplendor de Sua Glória, com o seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade. O tesouro
de Deus é real e vivo.
Na
eucaristia o tesouro de Deus sempre retorna vivo e divino porque Ele nunca nos
abandonou. Ele sempre afirmou que estaria conosco até o fim dos séculos. Este
tesouro ninguém pode roubar do homem. Só o homem, por vontade livre, pode dele
se afastar.
Jesus
Cristo, na Eucaristia, vem, com o Espírito Santo, pessoalmente ao nosso encontro,
na Divina Trindade, como tesouro de Deus e Filho da Virgem Maria, cujo coração
materno transborda de alegria quando um de nós se aproxima de seu amado Filho.
Maria
Imaculada roga por nós ao seu Filho amado porque ela sabe que a estrada que
leva ao tesouro de Deus é difícil e estreita, cheia de armadilhas e renuncias
às coisas do mundo. Mas, não é impossível de ser percorrida porque Jesus Cristo
venceu o mundo; porém, ao final, há sempre Luz.
Apesar
das dificuldades, o homem nunca se perde ao seguir Jesus Cristo; ao contrário,
se encontrará definitivamente perdido se seguir o maligno. Nos momentos de
agonias, medos e incertezas, devemos ter fé no tesouro de Deus que nos dará o
que nem mesmo pedimos.
Por
isso, o homem não deve se preocupar com o tesouro deste mundo, mas com a
salvação de sua alma; portanto, o homem, para alcançar o tesouro de Deus, deve
conservar o seu coração puro e humilde para permitir que o Pai Celeste nos
conceda o Seu tesouro na hora de nossa morte, pois a alma é o que nós somos e
temos.
Pura
ou impura, levaremos nossa alma perante o tribunal do Pai Celeste. A recompensa
será o tesouro de Deus ou a perda definitiva da Sua misericórdia.
Fr.
José Antonio Rocha.
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