terça-feira, 12 de julho de 2016

                                                                     O TESOURO

De todos os homens vivos, desde os tempos não conhecidos, se pode extrair uma certeza inquestionável, qual seja, a de que todos quiseram ter um tesouro que fosse tão valioso que pudesse lhes dar poder, prazer e prestígio, neste mundo, através da imposição do medo.
Mas, o mais precioso tesouro, qualquer que ele seja, neste mundo, nunca foi capaz de proporcionar a qualquer ser humano o direito divino de ser livre, porque o medo de perde-lo o torna escravo do objeto valioso, que submete o homem, outrora livre, em mero objeto. O homem perde a dignidade de sujeito.
O tesouro, sem vida, que tanto fascina o homem é mera expectativa de poder e riqueza, pois nada neste mundo é eterno para o homem que é temporal. Além disso, para a eternidade somente se leva aquilo que a alma realizou, com as consequências de cada ato humano praticado.
Não há tesouro que não se possa subtrair das mãos de qualquer ser humano, exceto o amor divido e misericordioso de Deus, que é o único tesouro pelo qual o homem prudente deve almejar. Este imensurável tesouro nunca pode ser subtraído pelo homem, nem destruído pelo mal.
O amor divino e misericordioso de Deus é vivo e está sempre presente entre nós e nos dá segurança, alegria, esperança e fé. Ele é a Luz que nos guia através da via estreita, que nos ajuda a vencer os obstáculos, que nos dá a direção certa.
É este tesouro que nos faz compreender, e aceitar, porque é bom, que nesta nossa caminhada à morada eterna, que a dor e a alegria, o sofrimento e o amor, são acontecimentos próprios da vida terrena, que nos anima o cotidiano. Neste cotidiano, com todos os seus acontecimentos, podemos escrever uma página de amor, da nossa história humana, no livro da eternidade.
Sentir dor e alegria, sofrimento e amor não são acontecimentos efêmeros que se perdem ao longo do caminho, mas, ao contrário, são realidades divinas que nos faz viver a vida intensamente na fé.
É na Eucaristia que o home vive sua fé intensamente, pois é nela que ele toma contato com o tesouro de Deus, que é Seu Filho amado Jesus Cristo. É na Eucaristia que o homem se uni a Cristo, com um coração de fé.

Na Eucaristia, no contato com o tesouro de Deus, Cristo está vivo e presente entre nós, no esplendor de Sua Glória, com o seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade. O tesouro de Deus é real e vivo.
Na eucaristia o tesouro de Deus sempre retorna vivo e divino porque Ele nunca nos abandonou. Ele sempre afirmou que estaria conosco até o fim dos séculos. Este tesouro ninguém pode roubar do homem. Só o homem, por vontade livre, pode dele se afastar.
Jesus Cristo, na Eucaristia, vem, com o Espírito Santo, pessoalmente ao nosso encontro, na Divina Trindade, como tesouro de Deus e Filho da Virgem Maria, cujo coração materno transborda de alegria quando um de nós se aproxima de seu amado Filho.
Maria Imaculada roga por nós ao seu Filho amado porque ela sabe que a estrada que leva ao tesouro de Deus é difícil e estreita, cheia de armadilhas e renuncias às coisas do mundo. Mas, não é impossível de ser percorrida porque Jesus Cristo venceu o mundo; porém, ao final, há sempre Luz.
Apesar das dificuldades, o homem nunca se perde ao seguir Jesus Cristo; ao contrário, se encontrará definitivamente perdido se seguir o maligno. Nos momentos de agonias, medos e incertezas, devemos ter fé no tesouro de Deus que nos dará o que nem mesmo pedimos.
Por isso, o homem não deve se preocupar com o tesouro deste mundo, mas com a salvação de sua alma; portanto, o homem, para alcançar o tesouro de Deus, deve conservar o seu coração puro e humilde para permitir que o Pai Celeste nos conceda o Seu tesouro na hora de nossa morte, pois a alma é o que nós somos e temos.
Pura ou impura, levaremos nossa alma perante o tribunal do Pai Celeste. A recompensa será o tesouro de Deus ou a perda definitiva da Sua misericórdia.

Fr. José Antonio Rocha.



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