A Noite Mais Escura e o Dia Eterno
Somente um eterno e
obediente amor de Mãe poderia ser capaz de, renunciando-se a si mesma, às
tentações do orgulho, da soberba e da inveja, amar com o maior e profundo amor,
para suportar as dores das trevas da noite mais escura do mundo. Era necessário
a solidão de um manso coração destruído para que a Luz entrasse nas trevas e transformasse
a escuridão em Luz que nunca se apaga, pelos séculos dos séculos.
A sua natureza
humana de mulher a libertou de toda a vaidade, de toda a corrupção que destrói a
mulher enquanto complemento humano da obra de Deus, pois, além de mulher, é
esposa e mãe.
Nada pode viciar a
sua vontade de aceitar o pedido de Deus para ser a mãe de Jesus Cristo e, por
profundo amor, aceitou ser a mãe de toda a humanidade, submetendo o seu coração
ao castigo mais cruel de toda a mãe.
Tudo, todas as
coisas que foram submetidas ao seu eterno “sim”, não foi suficientemente capaz
para afastar de sua alma a sua angelical obediência, nem mesmo na hora mais
cruel da humanidade.
Até mesmo nos
momentos da grande provação de sua obediência ao chamado de Deus Ela nunca
duvidou do eterno amor, da eterna sabedoria, da infindável misericórdia do Pai.
Maria, a estrela
matutina que trouxe ao mundo a Luz que não se apaga, é a única e máxima
expressão da mulher, enquanto criatura maravilhosa e inconfundível da natureza
humana, obra da perfeição de Deus.
A Ela foi dada, tão
jovem, a maravilha de ser mulher. Como tal, foi obediente ao Pai. Como mulher
amou seu filho como nunca se viu. Como mulher honrou a humanidade com a
formação da Sagrada Família, mantendo integra a natureza da união divina.
Recebeu,
antecipadamente, todas as honras dos anjos com a sua obediência, sem se deixar
corromper pela soberba e pelo medo de deixar as coisas do mundo. Ela se manteve
integra e fiel ao Pai até para além da noite mais escura, pois sabia que depois
da agonia indizível se iniciaria, para o bem de toda a humanidade, o dia da
eterna Luz.
Indo, por puro
amor, ao encontro de seu destino, nunca se esquivou do trabalho divino de ser
mãe, nem se escondeu de sua responsabilidade de ser mulher.
Amou a Deus com
todo o seu espírito, com todas as suas forças de mulher, que, sem nada pedir ou
esperar em troca, fez da dor do seu imaculado coração a esperança para a
história do homem.
Viveu como mulher a
sua natureza divina. Viveu a sua divindade como humana e mãe do Redentor. Com ambas
as naturezas fez da aurora a sua missão no tempo, que se iniciou quando da
carne dilacerada libertou-se a Luz que nunca tem fim.
Incapaz da prática
de todo o mal, Ela sempre se colocou com serva do seu amado Filho, mesmo na
agonia do escárnio da cruz.
Rainha da história
e da natureza humana, nunca se esqueceu do seu “sim” angelical e, por isso, se
elevou isenta de qualquer culpa. Como protagonista da história humana, como mãe
e mulher, amou até o fim a missão de dar ao mundo a única Luz que é capaz de
iluminar a noite mais escura.
Graças à sua
obediência, a noite mais escura foi inundada pela Luz verdadeira, que ilumina a
todo homem que vem a este mundo e nos dá a sabedoria para usarmos corretamente
o livre arbítrio.
Enobrecida pela sua
dignidade de pessoa humana, Ela fez da obediência a força para conceber a Luz
infinita, que redime toda a humanidade pela Sua infinita misericórdia.
Mulher e Mãe, Maria
é a Graça que Deus concedeu à humanidade para a redenção de todos os nossos
pecados, cujo perdão se deu pela obediência de seu amado Filho, Jesus Cristo,
Senhor e Redentor nosso.
Fr.
José Antonio Rocha.
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